As dores no peito, o desconforto no estômago e dor no braço esquerdo foram alguns dos diferentes sinais que o aposentado Wagner dos Santos, de 59 anos, teve em cinco infartos agudos do miocárdio (IAM). O infarto agudo do miocárdio é primeira causa de mortes no país, de acordo com a base de dados do DATASUS, do Ministério da Saúde, que registra cerca de 100 mil óbitos anuais devidos à doença.
Mesmo sem histórico familiar de casos,
Wagner sofreu os infartos entre os anos 2000 e 2013 e aprendeu a
monitorar os possíveis sintomas da doença crônica. No primeiro susto
parou de fumar, mudou para uma dieta com baixo teor de gorduras e deu
início à prática de atividades físicas. Hoje, cerca de um ano após
último incidente, o aposentado mantém apenas a dieta e não se exercita
mais.
Os fatores de risco para o IAM podem ser
divididos em fatores modificáveis e não modificáveis, a depender se o
fator pode ser alterado ou não pelo indivíduo. Os principais fatores não
modificáveis são a idade, a raça, o sexo e o histórico familiar. As
características de idade avançada, homens, raça negra e história
familiar de doenças cardiovasculares aumentam o risco de forma
relevante. Os fatores modificáveis mais importantes são a alimentação
desequilibrada rica em gorduras, carboidratos, sal e alimentos
processados, o uso de álcool, de cigarro e de outras drogas, as
situações recorrentes de estresse e o sedentarismo. Estes últimos se
somam com os fatores não modificáveis, aumentando (ou diminuindo, se
forem bem controlados) o risco do indivíduo apresentar um IAM no futuro.
A dor torácica é o principal sintoma
associado ao IAM, que é descrito como uma dor súbita, sobre o esterno
(osso localizado no meio do peito), constante e constritiva, que pode ou
não se irradiar para várias partes do corpo, como a mandíbula, costas,
pescoço e braços, especialmente a face interna do braço esquerdo, e
falta de ar. Quando ocorre na pessoa idosa, o IAM nem sempre se
apresenta a dor constritiva típica, em virtude da menor resposta dos
neurotransmissores que acontece no período de envelhecimento, podendo
assim passar despercebido.
A dor do IAM se deve à redução de fluxo
sanguíneo ocasionado pelo estreitamento ou obstrução de uma artéria do
coração, impedindo que oxigênio chegue em quantidade adequada para as
células cardíacas. Esse estreitamento se dá pelo acúmulo de gordura por
dentro na artéria ou pela impactação (“entupimento”) de um êmbolo. A dor
pode ser confundida com sintomas corriqueiros como má digestão, dor
muscular, tensões, dentre outros. A redução do fluxo sanguíneo também
pode ser resultante de choque, uso de drogas estimulantes, tumores ou
hemorragias.
Vale lembrar que, na angina, o
suprimento de sangue é reduzido da mesma maneira que no IAM, mas se
diferencia deste último porque não há morte das células do coração. A
angina pode ser precipitada por um esforço físico ou uma emoção mais
intensa e geralmente melhora em um curto período com o repouso e o uso
de medicamentos específicos.
Em todos os casos de infarto que teve,
Wagner recebeu atendimento de urgência, sendo encaminhado ao hospital e
permanecendo por alguns dias na UTI. “Sempre recebi atendimento
tempestivo, fiquei dois dias na UTI e depois começo a seguir a dieta e
os exercícios.”, conta. É importante ressaltar que os hábitos saudáveis
devem ser mantidos ao longo de toda vida, para se proteger de novos
eventos.
O atendimento imediato ao paciente
aumenta as chances de sobrevivência e uma recuperação com um mínimo de
sequelas. Para isso, é fundamental que, perante um quadro suspeito de
IAM, o indivíduo acione o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU) ou procure imediatamente uma Unidade de Saúde ou Unidade de
Pronto Atendimento. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico,
dependendo de alguns fatores, como por exemplo a extensão e a área do
coração acometida.
SAMU - Este ano, as
ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) passaram a
contar com medicamentos trombolíticos, que podem diminuir em até 17% o
número de mortes por infarto agudo do miocárdio.
Fonte: Blog da Saúde / Coordenação Nacional de Saúde dos Homens / Coordenação Geral de Atenção as Pessoas com Doenças Crônicas
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE O SEU COMENTÁRIO